A quatro meses do fim do prazo para mudança de partido de quem vai concorrer à eleição municipal de 2012, a possível entrada do prefeito Amazonino Mendes (PTB) no PDT provocou um racha da sigla no Amazonas.
Parte da legenda, ligada ao presidente estadual, o ex-senador Jefferson Praia, repudia a filiação do ex-governador. Outra ala, da qual faz parte o ex-superintendente regional do Trabalho, Dermilson Chagas, aprova o ingresso de Amazonino.
As articulações sobre a migração de Amazonino para o PDT foram divulgadas no início da semana passada pela assessoria do prefeito.
O convite teria partido do presidente nacional licenciado da legenda, o ministro do Trabalho Carlos Luppi, em reunião ocorrida em Brasília.
Nesta terça-feira (31), a Comissão Provisória que dirige o partido no Amazonas emitiu manifesto contra a eventual filiação de Amazonino e marcou, para esta quarta (1), uma coletiva de imprensa para falar sobre o assunto.
Dentro da Executiva Estadual a decisão pelo manifesto não foi unânime. Jefferson Praia não quis informar quem assinou o documento. Confirmaram o ato o vereador Mário Frota, adversário histórico de Amazonino, e o presidente da Força Sindical, Vicente Filizola, que no final da década de 90 defendeu apoio ao ex-governador. A favor da filiação do prefeito se posicionou Dermilson Chagas.
A líder do movimento de mulheres do PDT, que não integra a comissão, Noêmia Fernandes, vê com bons olhos a possível mudança.
No manifesto, assinado por Praia como presidente da Comissão Provisória é dito que a Executiva Estadual diz não a pretensão de Amazonino de entrar no partido. E critica a história política do prefeito.
“Teve várias oportunidades de dirigir o Estado no Amazonas, mas o empobreceu. Foi prefeito de Manaus em várias gestões e ajudou a favelizá-la e faz hoje uma péssima administração. Possui histórico incompatível com a doutrina do PDT, além de responder a grande número de processos” diz um trecho do texto.
Segundo Dermilson Chagas, as negociações para o ingresso de Amazonino foram acertadas em Brasília. Para ele, o prefeito é um reforço necessário para o fortalecimento do partido.
“Tudo foi tratado com o ministro Carlos Luppi. O processo está avançado. Está praticamente 98% definido a chance dele vir para o partido”, declarou.
Ao ser questionado se a entrada de Amazonino estava confirmada, Jefferson Praia disse que ainda não havia procurado a direção nacional para se informar sobre o assunto. Mas que iria fazer isso o mais breve possível. Faz oito dias que Amazonino divulgou o convite de Luppi.
Grupos apontam as razões
Os grupos pró e contra o ingresso de Amazonino no PDT levantam argumentos éticos e de sobrevivência partidária para defender suas posições.
Inimigo político de Amazonino, desde à época em que o prefeito era governador do Amazonas, o vereador Mário Frota disse que a história de Amazonino o descredencia para fazer parte do partido fundado pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.
“Ninguém quer o Amazonino. Nós é que vamos receber essa mala? Está com pira canina. Ninguém o quer por perto”, disparou o vereador.
Na avaliação de Frota, o prefeito não é aceito na legenda e se entrar vai fazer isso pela força por meio de negociações em Brasília.
“Ele deveria continuar no PTB. O único problema é o Sabino (deputado federal). Tiveram problemas. Mas podem se acertar. Os dois têm a mesma cara. Se ele entrar vai ter que me expulsar”, adiantou Mário Frota.
Para Demilson Chagas, a filiação de Amazonino é bem vinda e vai ajudar a fortalecer um partido que está desestruturado e sem perspectiva de crescimento.
“Estamos vivendo momento de estagnação, de inércia. O partido não se alimenta com novos filiados. Não cuida dos diretórios do interior. Brinca de fazer política. A entrada dele vai fortalecer e dar musculatura ao partido. Não se pode administrar um partido por vaidade”, disse.
Figueiredo confirma convite
Ao ser perguntado ontem, em Brasília, se já havia acertado sua ida para o PDT, o prefeito Amazonino Mendes desconversou e disse que não teve tempo de discutir o assunto. Amazonino e o governador Omar Aziz (PMN) participaram de encontro com a presidente Dilma Rousseff sobre as cidades que vão sediar jogos da Copa do Mundo de 2014.
Um dos fundadores do PDT no Amazonas, o advogado Paulo Figueiredo, disse que participou da reunião no gabinete do ministro Carlos Luppi quando foi feito o convite para entrada de prefeito no partido.
“Ele (Luppi) disse que se Amazonino quiser vai ser o presidente da sigla no Amazonas e vai organizá-la”, informou Figueiredo.
Paulo Figueiredo também disse que participou do encontro de Amazonino com o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
“Ele afirmou que garantia a candidatura à reeleição de Amazonino e dava para ele a presidência do partido. Se Amazonino quisesse sair, disse que assinava a carta de liberação”, comentou.
Amazonino tomou, com a ajuda do deputado Sabino Castelo Branco, o comando do PTB do deputado Silas Câmara em 2007. Queria uma sigla da base do presidente Lula para disputar a eleição de 2008. Em 2009, Jeferson entregou a sigla para Sabino, que gira na órbita do ex-governador e senador Eduardo Braga (PMDB).
Parte da legenda, ligada ao presidente estadual, o ex-senador Jefferson Praia, repudia a filiação do ex-governador. Outra ala, da qual faz parte o ex-superintendente regional do Trabalho, Dermilson Chagas, aprova o ingresso de Amazonino.
As articulações sobre a migração de Amazonino para o PDT foram divulgadas no início da semana passada pela assessoria do prefeito.
O convite teria partido do presidente nacional licenciado da legenda, o ministro do Trabalho Carlos Luppi, em reunião ocorrida em Brasília.
Nesta terça-feira (31), a Comissão Provisória que dirige o partido no Amazonas emitiu manifesto contra a eventual filiação de Amazonino e marcou, para esta quarta (1), uma coletiva de imprensa para falar sobre o assunto.
Dentro da Executiva Estadual a decisão pelo manifesto não foi unânime. Jefferson Praia não quis informar quem assinou o documento. Confirmaram o ato o vereador Mário Frota, adversário histórico de Amazonino, e o presidente da Força Sindical, Vicente Filizola, que no final da década de 90 defendeu apoio ao ex-governador. A favor da filiação do prefeito se posicionou Dermilson Chagas.
A líder do movimento de mulheres do PDT, que não integra a comissão, Noêmia Fernandes, vê com bons olhos a possível mudança.
No manifesto, assinado por Praia como presidente da Comissão Provisória é dito que a Executiva Estadual diz não a pretensão de Amazonino de entrar no partido. E critica a história política do prefeito.
“Teve várias oportunidades de dirigir o Estado no Amazonas, mas o empobreceu. Foi prefeito de Manaus em várias gestões e ajudou a favelizá-la e faz hoje uma péssima administração. Possui histórico incompatível com a doutrina do PDT, além de responder a grande número de processos” diz um trecho do texto.
Segundo Dermilson Chagas, as negociações para o ingresso de Amazonino foram acertadas em Brasília. Para ele, o prefeito é um reforço necessário para o fortalecimento do partido.
“Tudo foi tratado com o ministro Carlos Luppi. O processo está avançado. Está praticamente 98% definido a chance dele vir para o partido”, declarou.
Ao ser questionado se a entrada de Amazonino estava confirmada, Jefferson Praia disse que ainda não havia procurado a direção nacional para se informar sobre o assunto. Mas que iria fazer isso o mais breve possível. Faz oito dias que Amazonino divulgou o convite de Luppi.
Grupos apontam as razões
Os grupos pró e contra o ingresso de Amazonino no PDT levantam argumentos éticos e de sobrevivência partidária para defender suas posições.
Inimigo político de Amazonino, desde à época em que o prefeito era governador do Amazonas, o vereador Mário Frota disse que a história de Amazonino o descredencia para fazer parte do partido fundado pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.
“Ninguém quer o Amazonino. Nós é que vamos receber essa mala? Está com pira canina. Ninguém o quer por perto”, disparou o vereador.
Na avaliação de Frota, o prefeito não é aceito na legenda e se entrar vai fazer isso pela força por meio de negociações em Brasília.
“Ele deveria continuar no PTB. O único problema é o Sabino (deputado federal). Tiveram problemas. Mas podem se acertar. Os dois têm a mesma cara. Se ele entrar vai ter que me expulsar”, adiantou Mário Frota.
Para Demilson Chagas, a filiação de Amazonino é bem vinda e vai ajudar a fortalecer um partido que está desestruturado e sem perspectiva de crescimento.
“Estamos vivendo momento de estagnação, de inércia. O partido não se alimenta com novos filiados. Não cuida dos diretórios do interior. Brinca de fazer política. A entrada dele vai fortalecer e dar musculatura ao partido. Não se pode administrar um partido por vaidade”, disse.
Figueiredo confirma convite
Ao ser perguntado ontem, em Brasília, se já havia acertado sua ida para o PDT, o prefeito Amazonino Mendes desconversou e disse que não teve tempo de discutir o assunto. Amazonino e o governador Omar Aziz (PMN) participaram de encontro com a presidente Dilma Rousseff sobre as cidades que vão sediar jogos da Copa do Mundo de 2014.
Um dos fundadores do PDT no Amazonas, o advogado Paulo Figueiredo, disse que participou da reunião no gabinete do ministro Carlos Luppi quando foi feito o convite para entrada de prefeito no partido.
“Ele (Luppi) disse que se Amazonino quiser vai ser o presidente da sigla no Amazonas e vai organizá-la”, informou Figueiredo.
Paulo Figueiredo também disse que participou do encontro de Amazonino com o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
“Ele afirmou que garantia a candidatura à reeleição de Amazonino e dava para ele a presidência do partido. Se Amazonino quisesse sair, disse que assinava a carta de liberação”, comentou.
Amazonino tomou, com a ajuda do deputado Sabino Castelo Branco, o comando do PTB do deputado Silas Câmara em 2007. Queria uma sigla da base do presidente Lula para disputar a eleição de 2008. Em 2009, Jeferson entregou a sigla para Sabino, que gira na órbita do ex-governador e senador Eduardo Braga (PMDB).
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