SÃO PAULO - As vendas de carros importados no mês passado cresceram 17,9% em relação a janeiro de 2011, para 67.921 unidades. No mesmo intervalo, o mercado total cresceu 9,6%, para 268,2 mil veículos. Modelos trazidos do México - na mira do governo - representaram 6,3% das vendas. Essa participação era de 2,9% antes da medida que elevou em 30 pontos porcentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros trazidos de países com os quais o Brasil não tem acordo comercial.
Com exceção da Chrysler, que traz um modelo do México, os demais são importados pelas montadoras Fiat, Ford, GM, Honda, Nissan e Volkswagen.
Carros importados por empresas sem fábricas locais, como a chinesa JAC e a alemã BMW, impactadas pelo IPI maior, participaram com 4,5% das vendas em janeiro, ante 6,9% antes da medida, em vigor desde dezembro. Modelos chineses, por exemplo, fecharam o mês com fatia de 1,8%, abaixo dos 2,5% de 2011.
Veículos provenientes da Argentina seguem como líderes na lista de importados, mas com participação estável entre 12% e 13%, segundo as empresas.
Na semana passada, o governo anunciou que vai rever o acordo automotivo com o México, que desde 2002 prevê livre comércio, sem a cobrança do Imposto de Importação de 35% e da alta de 30 pontos do IPI.
Até 2010, a balança foi superavitária para o Brasil. No ano passado, foi registrado déficit de US$ 697 milhões, puxado pelos automóveis, com saldo negativo de US$ 1,54 bilhão. As autopeças tiveram superávit de US$ 671 milhões e produtos como máquinas agrícolas e carrocerias, de US$ 178 milhões. Nos próximos dias, uma missão do México chega ao País para discutir o tema.
Nesta segunda-feira, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, reforçou que a manutenção do acordo é importante, ainda que passe por reformas. "O rompimento seria o pior possível", disse ele, que defende a ampliação do acordo para outros setores, intenção já manifestada pelo governo.
Belini afirmou que uma revisão não afetará os investimentos anunciados pelas montadoras no Brasil, de US$ 22 bilhões até 2014. Fontes do mercado afirmam que o governo está preocupado com anúncios de novas fábricas no México. "Somos o quarto maior mercado de veículos, por isso há grandes investimentos das montadoras que já estão aqui, fora as que estão batendo na porta querendo entrar."
Empregos
Em janeiro, a produção de veículos caiu 11,4% em relação ao mesmo mês de 2011 e 19,2% ante dezembro, somando 211,7 mil unidades. Já o nível de emprego, que havia caído em dezembro, voltou a subir. O setor tem 145,1 mil funcionários, 500 a mais que em dezembro.
Fonte: Estadão On Line.
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