Escrevo esta primeira parte do artigo na memória de um santo jovem, protetor dos jovens, São Luís de Gonzaga. Nasceu em Mântua, Itália, no ano de 1568 e morreu em Roma em 1591, com apenas 23 anos. Renunciou a uma vida nobre e ingressou na Companhia de Jesus, Jesuítas. Jovem educado, com espírito de sacrifício, caridade ativa e profunda experiência de Deus. Infelizmente, quando o assunto é jovem, sobretudo das periferias da cidade de Manaus, ainda se pensa em criminalidade, quer dizer, delinquência juvenil. Seria esta uma leitura correta ou um estigma social? As reflexões sobre as juventudes e as políticas públicas sociais avançaram no Brasil durante o governo Lula, sobretudo a partir de 2005 com as políticas nacionais de juventude. O Pró-jovem, por exemplo, é o carro chefe dos 32 projetos que o governo federal tem para desenvolver a educação básica, a inclusão digital e a capacitação profissional juvenil. Contudo, ainda precisamos concretizar muitos desses projetos e ouvir os jovens, hoje classificados na idade entre os 18 aos 30 anos. Saber o que eles pensam dessas metas é muito importante. O que seria, então, vulnerabilidade social dos jovens? Ser jovem, em tese, nos remete a energia, vontade de viver, futuro. Entretanto, hoje é comum o contrário. Sem perspectivas e mergulhados numa sociedade de consumo e da indiferença, os jovens vivem menos, por conseguinte morrem mais cedo. Os homicídios que segundo dados do IBGE aumentaram 41% nos assustam, os suicídios e os acidentes automobilísticos envolvendo jovens ensopam as paginas dos jornais cotidianamente. É um grito que sobe aos céus. Não podemos ficar indiferentes. Pesquisam apontam que a maioria dos jovens são obrigados a fazer uma lamentável opção: trabalhar ou estudar. Realizar ambas as atividades é para poucos. Infelizmente os que trabalham e ganham pouco, sobrevivem; abandonam a família e rompem com os vínculos familiares muito cedo. Aqueles que apenas estudam dependem dos pais ou de algum familiar ou se prostituem, aumentando mais ainda a vulnerabilidade social. É cada vez mais alarmante o uso de adolescentes e jovens pelo tráfico de drogas e assaltos. Enquanto nos países chamados desenvolvidos os jovens são capacitados e qualificados para o mercado de trabalho aqui eles recebem uma qualificação inferior, portanto, desqualificados para o trabalho. Seriam, então, os jovens na linha de pobreza delinquentes em potencial? A sociedade da desigualdade social e da corrupção institucionalizada pode lavar as mãos diante deste quadro social? Um grito por justiça sobre aos céus e a pergunta divina ecoa em nossos ouvidos ainda hoje: Onde está o teu irmão Abel? (Gen 4,9). Pe. João Mendonça, sdb
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