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Bairro São José: uma cidade em intenso crescimento dentro de Manaus O bairro cresceu e hoje tem um comércio forte, conta com um importante terminal de integração do transporte coletivo e uma das avenidas mais movimentadas da capital.

Complexo viário do São José. Foto: Divulgação
Complexo viário do São José. Foto: Divulgação

MANAUS – O bairro São José, na zona Leste de Manaus, é quase uma outra cidade dentro da capital do Amazonas. Originado de invasões, como a maioria dos bairros da periferia, com o passar dos anos a área ganhou infraestrutura. Com um comércio pujante, há ruas que quase nunca ficam desertas no murmurinho de clientes e estabelecimentos.
O início geográfico do bairro São José, logo após o Coroado, no sentido Centro-bairro, é marcado por um Complexo Viário recém inaugurado, onde há também um Shopping. Também no início do bairro está um terminal de ônibus, o T5.
O terminal do transporte coletivo é, por sinal, motivo de reclamação. Por lá passam 23 linhas de ônibus. Local de partidas e chegadas de milhares de pessoas, a aglomeração e os atrasos são constantes. A garçonete Raimunda Vitória disse que sempre se atrasa para chegar ao emprego no horário certo. “Às vezes, passo mais de 30 minutos esperando. Quando finalmente vem o ônibus, o veículo enche rápido. A correria é geral”, contou.
Também há queixas sobre a  violência no T5.  Há oito meses com sua barraca de acessórios, Cleita Maria conta que alguns ‘vizinhos’ de profissão já foram roubados às 6 horas da manhã, horário em que já há movimento no local.


Autônomo Pedro já deu 'cascudos' em assaltante. Foto: Juçara Menezes/Portal Amazônia
Autônomo Pedro já deu ‘cascudos’ em assaltante. Foto: Juçara Menezes/Portal Amazônia


Com a falta de segurança no local, o jeito é apelar para a emoção. O comerciante Pedro Marques Santana contou à reportagem do portalamazonia.com que ele e alguns outros camelôs tentam ‘educar’ os ladrões. “Falamos com eles para deixar esta vida, aceitar Jesus e procurar um emprego digno. Alguns acabam desistindo, mas já veio um com gracinha. Demos uns cascudos e ele nunca mais apareceu. Em outra ocasião, o rapaz que me levou R$ 600 voltou, pediu desculpas e explicou ter feito o assalto porque já estava no desespero”, contou.
Inaugurado em 2002, o T5 recebe cerca de 30 mil passageiros por dia. Correria, empurra-empurra e falta de educação estão a olhos nus dos viajantes. Além da preocupação com o relógio, a população também sofre com as condições do Terminal. Algumas grades ou estão quebrada ou nem existem mais. Os bancos feito de pedra não são suficientes. Assentos velhos de ônibus quebrados são encontrados em vários pontos do T5 e servem como “quebra-galho” para os usuários à espera.
Comércio e lazer
A primeira via do bairro é a Avenida Cosme Ferreira, uma das mais movimentadas da cidade. Carros, motos, transporte coletivo, mototaxistas, microônibus e executivos disputam por espaço na pista. O calor parece se intensificar com toda essa movimentação, com a agitação nas lojas, com o barulho do comércio e o ritmo frenético das pessoas correndo de um lado a outro, com pressa de chegar a algum outro lugar.


Shopping no bairro São José. Foto: Juçara Menezes/Portal Amazônia
Shopping no bairro São José. Foto: Juçara Menezes/Portal Amazônia


O comércio local é uma particularidade. Praticamente tudo pode ser encontrado na Avenida Grande Circular, a principal do bairro: de materiais de construção a lojas de eletrônicos, os moradores não precisam sair dali para ‘explorar’ o restante da cidade.
Quanto o assunto é lazer, as opções são das mais variadas. O bairro tem orgulho de ter uma Escola de Samba, muitas vezes premiada no Sambódromo de Manaus. A Grande Família funciona não apenas como quadra da agremiação. O local também é sede de cursos profissionalizantes, voltados para a comunidade.
A ‘pelada’ do fim de semana tem vários endereços. O Campo de Futebol do São José 1 e o famoso Campo do Zezão servem mais do que pontos para bater uma bolinha. São também os centros de convivência dos moradores, locais usados para os campeonatos e festivais folclóricos. Mas quem imagina somente uma vida pela manhã ainda desconhece a noturna. O bairro conta com diversas opções de lazer. De casas de forró a boates.
Mas morar no São José nem sempre foi fácil. O comerciante Francisco Silva relembra as dificuldades do início do bairro. “Água era um artigo de luxo: não tínhamos em casa e nos virávamos com poços artesianos e carros-pipa. Pedíamos de alguns vizinhos para encher as vasilhas, mas era complicado porque nem sempre eles estavam em casa ou mesmo a energia não era suficiente para fazer a água subir até caixa”, afirmou.
Letícia Marins assinalou outro problema da época. “As ruas eram de barro e, quando chovia, o lamaçal entrava nas casas”, lembrou. Quando estava muito quente, a autônoma relembra a poeira seca subindo ao passar pelas vias. “Para sair daqui, a questão também era complicada, pois os ônibus chegavam somente até o Conjunto Acariquara”.


Fonte: Portal Amazônia.

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